terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Falemos de Sócrates



Há pessoas a impacientar-se por muito se falar da prisão de Sócrates. Ainda não entenderam que enterrar Sócrates - com razões válidas ou sem elas - é CRUCIAL para interiorizar a "necessidade" deste ajustamento a uma política de retrocesso e de miséria, que parece ter vindo para ficar. Esta comissão liquidatária que nos tem governado, e seus inibidos ou descarados apoiantes, precisavam desesperadamente disso. Especialmente para ganhar os muitos hesitantes que vão sendo alimentados na hipnose dos nossos “media”. Não esqueçamos o que dizia aquele senhor, muito sério, de que muitos têm saudade: em política o que parece é. O enterro de Sócrates, preparado há anos, tem o seu epílogo neste estranho caso jurídico, inédito no mundo, muito à boa maneira lusitana. Somos pioneiros, porra! A prisão de Sócrates, é pois, um feito e assim deve ser entendida. Não é de estranhar, pois, que o assunto seja muito badalado: Dá vazão aos amores e ódios de estimação, é o maior enterro de que há memória em Portugal, e... vende "jornais" como há muito não se via.

Falemos, pois, de Sócrates, carago!


Faniel D. Dias

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Uma justiça que não para de surpreender



O Ministério Público acaba de mandar arquivar o célebre Processo dos Submarinos. Num país onde os grandes crimes económicos habitualmente prescrevem ou não dão em nada, tal facto não seria de espantar se não fosse a circunstância de, neste caso, haver comprovadamente a certeza de que HÁ MESMO criminosos. É que a justiça alemã em devido tempo condenou cidadãos alemães por TEREM SUBORNADO RESPONSÁVEIS PORTUGUESES que facilitaram (ou decidiram) a compra dos referidos submarinos.

Equívocos da justiça alemã, ou singularidades da justiça portuguesa que poderá não ser eficaz, nem sequer justa, mas que não para de surpreender?

http://visao.sapo.pt/processo-dos-submarinos-arquivado=f804817



Daniel D. Dias

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

se decido ser bom
só um simulacro de  bondade crescerá em mim
se decido meditar
nunca encontrarei a meditação
se decido ser honesto
cultivarei a hipocrisia, nunca a honestidade


amor, verdade, virtude
são aromas preciosos
que não há forma de guardar
nem técnica de cultivo;
fluem como fresca aragem
que irrompe pela casa dentro
se a porta estiver aberta


mas se decido abrir a porta
com o propósito de aceder-lhes
nada surgirá;
por mais escancarada que fique
apenas acolherei a brisa da ilusão


Daniel D. Dias